Quem Somos

A Associação Orquidófila de São Paulo (AOSP) iniciou suas atividades em fevereiro de 1967, no bairro da Aclimação, com pouco mais de 40 associados. Associação dos Amantes de Orquídeas é a tradução de seu primeiro nome, em japonês.

Na ocasião já existiam o Círculo Paulista de Orquidófilos (CPO) e a Sociedade Bandeirante de Orquídeas (SBO), entidades de prestígio na sociedade paulista. 

Esse grupo de imigrantes japoneses - entre eles, alguns dissidentes de outras associações – se reuniram e ousaram criar seu próprio grupo para trocar idéias sobre o cultivo de orquídeas, dando os passos iniciais para a formação da AOSP. O surgimento desta nova associação respondia, entre outras questões, à dificuldade que tinham de se comunicar na língua portuguesa.

Estes imigrantes eram, em sua maioria, vindos do interior de São Paulo. Transferiram-se para a capital, quando seus filhos já crescidos, vieram para cá estudar. Eram pessoas acostumadas à vida no campo e que, tendo um quintal razoável e sendo já idosos, procuravam alguma atividade que não exigisse muito espaço e esforço para preencher o tempo ocioso, mas que, principalmente, lhes proporcionasse alegria e prazer. Estava aí um campo favorável para o cultivo de orquídeas.

Segundo o Sr. Futao Inoue, nosso primeiro presidente, o sucesso da AOSP se deve ao esforço de seus associados, que se constitui em patrimônio e herança, motivo de orgulho diante do mundo inteiro. E relembra uma frase pela qual se norteia e que se tornou a filosofia da AOSP: “Nunca esquecer o Princípio” ou seja, não esquecer do espírito de aprendiz. Retornar para a origem e ter presente o espírito de humildade, simplicidade, união, harmonia e amor que havia no início, sempre fazendo autocríticas para não nos tornarmos arrogantes. 

Deseja ainda que cada associado se sinta como uma orquídea, flor eterna que, com seu sublime aroma e nobreza, nos oferece sonho e esperança. Conclui, dizendo: “Uma cápsula contém milhões de sementes. É nossa missão semear orquídeas no mundo inteiro. Uma semente de orquídea leva de 5 a 6 anos para se transformar numa planta adulta e nos oferecer uma formosa flor. Devemos também nos esforçar para crescermos junto.”

Nessa época, em São Paulo, havia cerca de 300 floriculturas, mas sem demanda e fornecedores de orquídeas. Os “velhinhos” japoneses colhiam suas orquídeas e saíam para vendê-las para as floriculturas. Cada flor custava o equivalente ao preço de uma dúzia de ovos ou uma garrafa de cerveja. Na volta, compravam guloseimas para os netos ou outros supérfluos. A intenção da AOSP não era profissionalizar, mas motivar estes colecionadores.

Em março de 1966 , aconteceu a primeira exposição no “Bunkyo”, hoje Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, localizada no bairro da Liberdade. Nesse tempo, o local foi considerado inadequado – um potencial fracasso de público – para as exposições de orquídeas. O bairro da Liberdade, hoje uma área central, era um mato, periferia da qual a cidade foi se aproximando. O “Bunkyo” não cobrava e a AOSP, por sua vez, contribuía de acordo com o movimento do público da exposição.

A partir de então, a AOSP organizou a sua exposição, anualmente, no mês de março, neste mesmo local.

Em 1967, a AOSP lançou um livreto, escrito na língua japonesa, com noções de cultivo de orquídeas e aventuras das expedições de orquidófilos e suas peripécias para conseguir belas orquídeas. Quem escrevia era o Sr. Kanayama, que escrevia bem e com muito humor. No princípio era uma produção caseira, usando o mimeógrafo; mais tarde, passou a ser editado em gráfica, já com o auxílio de alguns anúncios.

Na época, era costume fazer excursões para coletar orquídeas na mata. As excursões organizadas pela AOSP lotavam de 2 a 3 ônibus. As coletas eram realizadas em Pedro Taques, perto de Itanhaém, Iguape, Serra da Mantiqueira e até mesmo em regiões além de Belo Horizonte. Ao chegar, cada pessoa que conhecia bem o local era designada como chefe de um grupo de 6 pessoas. Formavam-se de 10 a 15 grupos, que se embrenhavam na mata. Na hora do almoço, ao soar de um rojão, todos voltavam e exibiam o que haviam recolhido. Alguns prêmios eram distribuídos entre os participantes a título de incentivo. Após este intervalo, voltando à mata, ficavam até as 4 horas da tarde, quando outro rojão anunciava o toque de recolher.

Era costume que muitos carros de passeio acompanhassem os ônibus e, durante o dia, muitos resolviam voltar de carona com alguém que morasse perto de sua casa. Assim, na hora de sair, era difícil conferir os passageiros. Conta o Sr. Kanayama que, certa vez, um rapaz caiu em um buraco e, embora tenha ouvido o soar do rojão, não conseguiu sair a tempo. Seu grito de socorro não foi ouvido por pessoa alguma e acabou lá ficando. Como estava todo sujo e enlameado foi quase impossível conseguir uma carona. Só pôde voltar por boa vontade de um ônibus que, com certa desconfiança, acreditou em sua história e o trouxe de volta.

Aos poucos. A idéia de “tirar orquídeas das matas” foi dando espaço à conscientização sobre a conservação do meio ambiente e seus recursos. Esta prática, hoje condenada, já não existe mais entre orquidófilos. Hoje a AOSP promove, anualmente, a reposição de orquídeas em seu habitat. Todos os anos, no mês de outubro, sócios da AOSP e suas famílias partem em excursão para uma região da Mata Atlântica e fazem o replante de plantas nativas, simbolizando a devolução do que foi retirado no passado.

Em 1970, a AOSP organizou, em caráter experimental, a sua primeira exposição de setembro (para festejar a entrada da Primavera), na Associação Nipo-Brasileira no bairro da Saúde. Em 1971, essa exposição foi realizada no Parque do Ibirapuera. Nos anos seguintes, a AOSP passou a realizar duas exposições por ano, em março e setembro, na sede da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa – Bunkyo.
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